Como os chefs estão lidando perda de olfato e paladar

Como os chefs estão lidando perda de olfato e paladar

A perda do olfato e do paladar, dois sintomas associados à covid-19, são indigestos para todo mundo, claro. Para chefs e outros profissionais da área da gastronomia, como os sommeliers, é um risco para suas carreiras. Mal comparando, equivale à perda da audição para qualquer músico que se preze.

Desde o início da pandemia, cerca de 80% das pessoas infectadas com o novo coronavírus reportaram a perda temporária do olfato, que costuma voltar em até duas semanas. Para algumas pessoas, porém, a chamada anosmia tem durado mais tempo e resultado na parosmia, que afeta a percepção de aromas e, consequentemente, prejudica o paladar.

Diagnosticado com a doença em janeiro, o chef americano Tom Ramsey contou ao The Wall Street Journal que a primeira refeição que fez depois de perder temporariamente o paladar e o olfato saiu da cozinha para o hospital no qual foi internado.

“Eu ainda não conseguia sentir o cheiro de nada”, disse Ramsey ao jornal. “Mas a comida estava deliciosa, fantástica. Era um ensopado de porco com arroz. Me deu uma nova apreciação do sabor.” Após ter alta, entretanto, a capacidade de sentir gostos decaiu ainda mais.

Agora passo os dias metendo o nariz em potes açafrão e alecrim, entre outros ingredientes do tipo, sobretudo os mais cítricos, e tentando resgatar os cheiros que associa à infância.

Voltaram mais ou menos. “Mas agora, uma coisa interessante: tudo tem um gosto doce para mim – um copo d'água, uma azeitona. E eu não gosto de nada doce”, declarou. “Aprendi a apreciar os sentidos que tenho”.